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Pesquisa éo que vai ajudar o Copywriter a fazer a diferença no mercado

Língua Portuguesa não precisa ser “assassinada”

Língua Portuguesa é fascinante e sou um defensor ferrenho.

Entretanto, um anúncio de venda do curso de como criar um blog, que promete fazer disso uma renda muito maior do que eu conquisto mensalmente despertou o meu lado ganancioso.

Porém, não vou entrar no mérito do conteúdo do curso, o qual me pareceu muito interessante. Até pensei em fazer esse investimento, mas, em tempos de pandemia e diminuição de recursos, deixei para uma próxima oportunidade.

Primeiro, descobri depois ao longo da conversa com um amigo, que faz parte da equipe de marketing do produto, que as vendas (conversões no linguajar do Marketing Digital) estavam sendo muito boas.

Segundo, antes de obter essa informação, eu debati com esse meu amigo e mostrei algumas incorreções na gramática em trechos no texto do anúncio.

Terceiro, eu o questionei para saber como um produto que vai ensinar as pessoas a ganhar dinheiro com a escrita poderia ter erros de português.

Por último, o que mais saltou aos olhos foi a regra do “porquê”. É muito fácil tropeçar ali, afinal é aquela confusão se os termos devem ser escritos juntos ou separados.

Os dois textos que me chamaram a atenção.

“Quais são as cinco camadas de um escritor de sucesso e porquê (por que) escritores amadores ficam presos”.

“Também veremos porque (por que) 76% dos redatores recebem menos de um salário mínimo por mês”.

Aliás, um parêntese, não sei de onde tiraram esse valor tão alto de quanto ganham os redatores?

Como ser um excelente Copywriter

Vida que segue, prioridade Língua Portuguesa

Pois bem, do ponto de vista da sonoridade, como sempre dizem por aí, tanto faz a forma como o porquê é escrito.

Na ótica do anunciante, repito, se está atraindo consumidores, o fato de estar escrito corretamente ou não é uma mera formalidade, sem poder de abalar a credibilidade do curso.

Será?

Eu não acho, mas desde que comecei a transição do Jornalismo para o Marketing Digital, eu tenho notado que rigidez nas regras gramaticais é papo para puristas.

Por exemplo, o primeiro choque de realidade aconteceu da seguinte forma.

Lembro que em um curso, quando citei que havia um erro de digitação em um slide de um palestrante, um espectador lembrou que o Google faz buscas até com erros de português.

Sim, é verdade. Todos nós já erramos um ou mais palavras ao procurar algo nos buscadores, e o mesmo faz a correção do que queremos.

Dessa maneira, o espectador, que achou exagerada a minha correção ao palestrante, reforçou que o mais importante é o retorno que as nossas ações vai nos proporcionar.

Não vou desenhar. É assim, eu estava pagando para ter a palestra com uma das maiores autoridades em anúncios no Google no Brasil.

Logo, o mais importante era aprender o funcionamento da ferramenta e conquistar mais clientes, não se preocupar se estava bem escrito ou não. Ou seja, os fins justificam os meios.

Ironicamente, nos três dias de curso, o palestrante em várias vezes citou meu nome e perguntando se havia algo que ele estava dizendo incorretamente.

Mantra que mais ouço; anúncio bom é anúncio que vende.

Jamais tente ser aquilo que você não é

Entretanto, para não parecer que estou apenas jogando pedra, longe disso. Como consequência, como jornalista, sou vidraça. Isso é do jogo.

Errei inúmeras vezes e vou errar muito no trato com a língua portuguesa.

Por exemplo, até hoje é um tormento entender as regras de crase.

Além dessa regra do porquê, por exemplo, se eu pegar para fazer exercícios de oração subordinada.

Como consequência, as variações “deliciosas” subjetiva, objetiva direta, objetiva indireta, predicativa, completiva nominal e apositiva, só vou conseguir fazer após muitas pesquisas.

O ponto é que cada vez mais os erros são tolerados. A velocidade das redes sociais, a digitação em aplicativos de mensagens, tudo isso facilita a disseminação de formas que agridem as normas cultas

No entanto, eu sei, ali são papos coloquiais, informais. Não é para ficar corrigindo, óbvio.

Como alento, a inteligência artificial dos aplicativos tem ajudado bastante e faz inúmeras correções.

Entretanto, esses “robôs” ainda não foram capaz de ajudar a diferenciar o “mais” do “mas”, outra confusão que assola a mente humana na bolha da internet.

Acima de tudo, eu entendo que o importante no Marketing Digital é gerar resultados.

Porém, eu tenho insistido com os meus colegas de profissão que dá para atingir as metas sem “assassinar sem dó nem piedade” a Língua Portuguesa.

Ajude a Língua Portuguesa Saiba como ser um excelente copywriter

Escrever e Falar Bem é Música para Nossos Ouvidos

Dessa maneira, tudo isso me fez lembrar da música “Assaltaram a Gramática”, dos Paralamas do Sucesso.

Para esclarecer, pesquisem no Youtube. Um pequeno trecho. Mais atual impossível.

“Assaltaram a gramática

Assassinaram a lógica

Meteram poesia na bagunça do dia-a-dia

Sequestraram a fonética

Violentaram a métrica

Meteram poesia onde devia e não devia”

Língua Portuguesa tem que ser uma aliada, não inimiga

Porém, o debate não parou por aí. No dia seguinte, o meu amigo mandou um texto fazendo uma provocação.

Além disso, eu vou citar aqui, mas depois, prometo, em um novo post, vou me aprofundar no assunto.

O quanto sua formação em jornalismo contribui para suas Copys (texto publicitário) ou formação como Copywriter.

Como resultado, eis o que disse uma colega de profissão.

“Honestamente? Nada.

Atrapalhou, na verdade, no começo.

O copy não é um texto jornalístico, que é informativo e ouve todos os lados da história.

Copy é persuasão, é escolher um lado e ir até o fim com ele.”

A essência é isso mesmo, mas há um debate amplo em algumas questões. Isso, repito, fica para outros posts.

Só que o copy, por mais que o objetivo seja vender alguma coisa, ele não precisa necessariamente ignorar as regras de português.

Por mais que muitos amigos digam que eu tenha talento para ser um excelente Copywriter, eu ainda estou um pouco engessado aos quase 24 anos de jornalismo.

Certamente, é um exercício diário entender como entrar na cabeça das pessoas e as transformar em clientes.

Ao longo dos últimos meses eu me permiti aceitar que posso trilhar o caminho de um Copywriter.

Acima de tudo, nessa jornada, mais do que talento com escrita, a primeira grande lição é a humildade. Saber que são os erros, mais dos que os acertos, são os seus guias.

Em outras palavras, é ter simplicidade na escrita, como se estivesse em uma conversa de bar, um bate-papo ao telefone ou tagarelando na esquina da residência.

Ah, não esqueçam. Dá para fazer tudo isso sem “assassinar a Língua Portuguesa”

Um abraço a todos

Em breve tem mais

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